Manchete de capa do jornal O Globo no último domingo, 07,
afirma que o metal vai atrair R$7,6 bilhões de reais em investimentos de
empresas estrangeiras no Brasil até 2027. O ouro valorizou 54% em três anos,
revela também a reportagem assinada pelos jornalistas Cleide
Carvalho e João Sorima Neto.
Razões
Evidente que a pandemia, a guerra na Ucrânia e o conflito provocado pelo
Hamas e outros grupos terroristas contra Israel também são fatores para a
valorização do ouro, considerado um porto seguro pelos países investidores.
Regulamentação
Dois dos grandes desafios para o Brasil são combater a extração e os garimpos
ilegais e os danos ambientais causados por ambos.
Nove estados
Os maiores produtores de ouro do Brasil são Minas Gerais, Bahia e Pará. Os outros seis onde há extração, ou seja, que também surfam nessa onda de novo ciclo do ouro segundo a reportagem, são Amapá, Maranhão, Rio Grande do Norte, Tocantins, Goiás e Mato Grosso. Estes dois últimos considerados “com alto potencial” por especialistas.
“Eldorado do Pará”
O governo do Pará autorizou em 2023 a implantação da mina Castelo dos
Sonhos, uma lavra a céu aberto, em Altamira. Suas reservas são estimadas em 1,4
milhão de onças. No local, a empresa com sede nos EUA, TriStar Gold, promete
investir R$1,4 bilhão em dez anos.
Já em Itaituba, diz a matéria, a canadense GMining anunciou investimentos de R$2,4 bilhões também nos próximos dez anos. A empresa vai iniciar em agosto o projeto Tocantinzinho, no qual prevê extrair 175 mil onças anuais até 2034.
Segurança jurídica
Especialistas ouvidos pelo jornal afirmam que as novas regras adotadas para
coibir o ouro ilegal favoreceram o interesse de grandes mineradoras que
utilizam novas tecnologias na exploração e produção do metal.
Potencial
Não se pode afirmar com exatidão a quantidade de reservas de
ouro no Brasil, daí estimar-se em torno de 12% das existentes em todo o mundo. O
número pode aumentar caso haja investimento em pesquisas e estudos. Hoje
existem mais de 4500 autorizações de pesquisa do metal no país.
Ciclo virtuoso
A matéria revela ainda que a extração pelas grandes
mineradoras têm ajudado a combater a pobreza nas regiões em que atuam, onde têm
pago salários melhores que os praticados nos locais. “A ciranda econômica
começou a girar em função da atividade econômica gerada pelo minério”, diz o
texto.
Impacto ambiental
Em razão dos velhos problemas de sempre, são questões cruciais neste
universo de exploração do minério, discutir o combate a extração ilegal e o
impacto ambiental da mineração de ouro, temas recorrentes e preocupantes.
Dados
O Brasil tem hoje 811 concessões de lavra e (lavra) garimpeira de ouro. Um
estudo de pesquisadores da UFMG e do MPF mineiro conseguiu verificar a
legalidade de 34% do metal produzido no país entre 2019 e 2020.
Prejuízo
O trabalho estimou um prejuízo socioambiental de R$ 31,4 bilhões provocado
pelo garimpo ilegal no período, enquanto foram arrecadados apenas R$ 640 milhões em
impostos com o ouro legal.
Amazônia, rotas e riscos
Em relação às rotas utilizadas pelo crime organizado e o que singra ilegalmente nos rios da Amazônia ou pelas suas fronteiras terrestres com a Venezuela, Guiana e Bolívia, ainda não consegue-se estimar.
Humor dos investidores:
Uma mudança comportamental do setor e da sociedade em
relação à mineração é sentida de 2023 para cá. Agora, recursos como a
rastreabilidade possibilitam conhecer a origem do metal. O texto revela também
que as cadeias de produção são mais auditadas, o fluxo de controle melhorou,
gerando segurança jurídica a quem investe.
Desafios
Para as grandes mineradoras na atividade legal, o desafio maior é implementar
práticas sustentáveis que não agridam o meio ambiente. O licenciamento
ambiental das permissões de lavra é de responsabilidade dos estados, que adotam
critérios diferentes.
Regras do Jogo
Não há regras de como o ouro deve ser garimpado. A extração nas lavras a
céu aberto deixa extensas e profundas cavas no solo. A movimentação de terra e
rochas descaracteriza o ecossistema.
Alta
Consultor afirma que a atração de investimentos tende a se prolongar e a
razão da sua crença está no que chama de “tendência mundial de reduzir a
dependência do dólar”. Ele destaca o crescimento de 14% na compra de
ouro pelos bancos centrais no mundo todo, em 2023.
Contrapartida
A população paraense anseia pela contrapartida das mineradoras com o
estado, seus funcionários e a sociedade em geral.
Que as empresas TriStar Gold, dos EUA, e GMining, de matriz canadense repliquem boas práticas das suas congêneres nas outras unidades federativas que vivem esta fase literalmente dourada.
Melhor, que ambas e outras mais inovem e apresentem as suas próprias políticas de investimento nas cidades e nos seus habitantes em terra tão fértil e rentável.
Demanda global
Em face da sua importância econômica, o ouro é sinônimo de segurança e
reserva desde a antiguidade. Governos
que regulamentam a exploração e produção do minério devem, sim, incentivar numa
ponta os investimentos, e cobrar, na outra, as contrapartidas em meio ambiente,
políticas públicas, pesquisa, inovação e outras boas práticas. A alta da commodity demanda a busca de
investimentos dentro e fora do país.
Tapajós e o “distrito de ouro”
Em Novo Progresso, no sudoeste paraense, a empresa GoldMining, antiga
Brazil Resources, afirma possuir sete licenças para explorar o “Projeto São
Jorge” em quase 500 quilômetros quadrados no chamado distrito de ouro do
Tapajós.
Ouro, China e Centro Comercial
Como se vê, mais uma vez o Pará é contemplado com chances reais de
combater a pobreza, por meio de mais um “fruto” que pode ser produzido das suas riquezas minerais.
Legado
Que essa era deixe legados e contrapartidas como ocorre nas nações desenvolvidas e na potência totalitária chinesa, cujos filhos e sócios do governo aceitam ouro como moeda e pagamento no seu novo domínio: o comércio de Belém.
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